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quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Proteja sua família do uso errôneo da tecnologia

Dez razões pelas quais dispositivos portáteis devem ser proibidos para crianças com idade inferior a 12 anos.

Ao contrário do que muitos pais imaginam, o contato com as tecnologias não deixam as crianças mais inteligentes. Pesquisas científicas comprovam que o excesso ou uso precoce pode até mesmo prejudicar sua capacidade de psicomotricidade e causar danos de sapecto físico, intelectual e emocional.

A Academia Americana de Pediatria e a Sociedade Canadense de Pediatria atestam que bebês na idade entre 0 a 2 anos não devem ter qualquer exposição à tecnologia, crianças de 3 a 5 anos devem ter acesso restrito a uma hora por dia e crianças, de 6 a 8 anos devem ter acesso restrito a 2 horas por dia. Acontece que hoje as crianças e jovens usam a tecnologia em quantidade de 4 a 5 vezes maior do que a recomendada, o que está resultando em consequências graves e ameaças virais.

Segundo pesquisa da Common Sense Media, em 2013, os dispositivos portáteis, tais como celulares, tablets, jogos eletrônicos, etc, t~em aumentado dramaticamente o acesso e uso à tecnologia, especialmente por crianças muito novas. Terapeutas ocupacionais e pediátricos têm convidado os pais, os professores e os governos a proibir o uso de todos os dispositivos para crianças com idade inferior a 12 anos.

Você acha exagero? Veja a seguir 10 razões embasadas em pesquisas que provam que não:

1. Crescimento rápido do cérebro

Entre 0 e 2 anos, o cérebro da criança triplica de tamanho e continua em estado de rápido desenvolvimento até os 21 anos de idade. O desenvolvimento inicial do cérebro é determinado por estímulos ambientais ou pela falta dele. O estímulo a um desenvolvimento cerebral causado por exposição excessiva a tecnologia (celulares, internet, iPads, TV) foi mostrado afetar negativamente o funcionamento e causar déficit de atenção, atrasos cognitivos, aprendizagem deficiente, aumento da impulsividade e diminuição da capacidade de auto-regular, causando por exemplo "birras", ataques de raiva, etc.

2. Atraso no desenvolvimento

O uso da tecnologia restringe o movimento, o que pode resultar em atrasos nas funções motoras. Uma em cada três crianças agora entra na escola com atraso de desenvolvimento, impactando negativamente a alfabetização e o desenvolvimento acadêmico. O movimento aumenta a atenção e a capacidade de aprendizagem. Com isso, o uso da tecnologia por crianças com idade inferior a 12 anos é prejudicial também nesse aspecto.

3. Epidemia de obesidade

O uso da TV e vídeo game está correlacionado com o aumento da obesidade. As crianças que possuem dispositivos eletrônicos em seus quartos têm 30% de aumento na incidência de obesidade. Em locais onde o uso de gedgets na infância é ainda maior, como no Canadá e Estados Unidos, um em cada quatro canadenses e uma em cada três crianças americanas são obesas. E algo muito preocupante é que 30% das crianças obesas irão desenvolver diabetes e os indivíduos têm maior risco de acidente vascular cerebral e ataque cardíaco precoce, encurtando gravemente a expectativa de vida, conforme indica dados da Center for Disease Control and Prevention 2010. Em entrevista à BBC News, o professor Andrew Prentice disse que com base na estatística, crianças do século 21 podem compor a primeira geração onde muitos não vão viver mais que seus pais, grande parte devido à obesidade. 

4. Privação do sono

Você sabia que 60% dos pais não supervisionam o uso de tecnologia de seus filhos e 75% das crianças estão autorizadas a terem tecnologia em seus quartos? Dentre essas 75% com idade 9 e 10 anos são privadas de sono e como consequência, suas notas na escola estão negativamente impactadas?

5. Doença mental

Algo ainda mais grave é que o uso excessivo de tecnologia está implicado como a principal causa de taxas crescentes de depressão infantil, ansiedade, transtorno de apego, déficit de atenção, autismo, transtorno bipolar, psicose e comportamento infantil problemático, mostram estudos de diferentes centros de pesquisa. Uma em cada seis crianças canadenses tem uma doença mental diagnosticada; muitas delas estão em uso de medicação psicotrópica perigosa.

6. Agressão

Há muito já discutido no Brasil, conteúdo de mídia violento pode causar agressividade infantil. As crianças estão cada vez mais expostas à crescente incidência de violência física e sexual na mídia hoje. Muitos jogos de vídeo game retratam sexo, assassinato, estupro, tortura, assim como fazem muitos filmes e propagandas de TV, com a diferença que os games incentivam os jogadores a cometerem os crimes. Os EUA classificaram a violência na mídia como um risco à saúde pública devido ao impacto causal sobre a agressão infantil.

7. Demência digital

Conteúdo de mídia de alta velocidade pode contribuir para o déficit de atenção, bem como a diminuição de concentração e da memória, devido ao cérebro eliminar trilhas neuronais no córtex frontal. Logo, crianças que não conseguem prestar atenção não conseguem aprender.

8. Vícios

Como os pais foram cada vez mais presos à tecnologia e ao superativismo, eles estão cada vez mais se afastando de seus filhos. Na ausência de apego dos pais, as crianças tendem a se conectar a dispositivos, buscar interações nas redes sociais, oque pode resultar em dependência. Segundo dados de 2009, uma em cada 11 crianças com idades entre 8 e 18 anos são viciadas em alguma tecnologia.

9. Emissão de radiação

Em maio de 2011, a Organização Mundial da Saúde classificou os telefones celulares (e outros dispositivos sem fio) como um risco categoria 2B (possível cancerígeno), devido à emissão de radiação. James McNames com a Health Canada, em outubro de 2011, emitiu um aviso de advertência dizendo: "As crianças são mais sensíveis do que os adultos a uma variedade de agentes - como seus cérebros e sistemas imunológicos ainda estão em desenvolvimento - então você não pode dizer que o risco seria igual para um jovem adulto quanto é para uma criança". (Globe and Mail de 2011).

Mais recentemente, em dezembro de 2013 o Dr. Anthony Miller, da Universidade da Escola de Saúde Pública de Toronto, no Canadá, recomendou que, com base em novas pesquisas, a exposição à radiofrequência deve ser classificada como 2A (provável concerígeno) que é visto de forma mais amena.

10. Insustentável

As maneiras pelas quais as crianças são criadas e educadas com a tecnologia já não são sustentáveis. As crianças são o nosso futuro, mas como será o futuro para pessoas desde a infância com overdose de tecnologia? Expostas a tantas consequências físicas, emocionais e psicológicas? Cuidar disso é urgente! É preciso que os pais e responsáveis se mobilizem a começar cem seus lares, imponham limites, regras de uso, a fim de reduzir o uso de tecnologia por crianças.

Que tal dar uma chance para os livros, brinquedos do armário, para os amigos e, por que não, para o papel em branco? Aposto que vão sair histórias muito mais cheias de finais felizes.

Fonte: Huffington Post via Mensageiro da Paz (edição setembro de 2014).

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